sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Porque os gostos mudam


Nunca fui amante de ginásios, as parcas vezes que os meus pés pisaram um, era puro massacre emocional, e, mal entrava já começava a contar os minutos que faltavam para o fim do treino. 

Entretanto não sei o que mudou em mim. Se a maternidade e a consequente falta de disponibilidade para me dedicar ao desporto, falou mais alto, se começava a pesar-me na consciência, uma maior falta de zelo comigo mesma... O que sim sei, é que a abordagem que me fez uma das professoras do ginásio que frequento, na campanha de abertura e angariação de clientes, foi das melhores coisas que me aconteceram em 2015. Não estava nada nos meus planos, nem resoluções, mas, garantidamente uma das melhores!

Não só, passei a adorar ir ao ginásio, como já criei a minha rotina e me mantenho super motivada há 5 meses. (Não se riam, isto para mim é muito tempo!)

Eis que,  aconteceu uma mudança de shift no meu cérebro. Passei a apreciar roupa de desporto e dores musculares, a gostar de música eletrónica (ajuda a manter o ritmo cardíaco elevado), a conhecer uma série de nomes estranhos, como: Body Pump, GAP, HIIT, RPM...
Tudo coisas, que noutra vida, jamais teriam combinado muito comigo.

A palavra chave, da angariação da minha inscrição foi: bla bla bla, bla bla bla, "temos um espaço de kids sitting", bla bla bla, bla bla bla.
- Pois explique-me, lá, melhor isso, disse eu.

Frequentar um ginásio, estava mesmo fora da minha equação, porque o meu sementinha, é a minha prioridade, e, dele não me separo, desde a sua concepção. 
Mas esta opção...
Bem, ela caía do céu! Hora certa, momento certo. 

Eu podia treinar e cuidar de mim, da minha flexibilidade, resistência e saúde e ao mesmo tempo espreitar o meu mais que tudo ali ao lado; observar de longe (mas sempre por perto), as suas interações sem mim, treinar a sua adaptação à separação da mãe - quantas mães não desejaram já ser pequenos insectos nas salas dos seus filhos? Pois isto era isso mesmo, uma oportunidade de ser um insecto na sala do meu filho. Uma oportunidade para ver, mas não interferir. 

Na minha decisão de ser full-time mum ouvi muitos "velhos do Restelo" enfraquecer a minha aura com comentários pré-fabricados de que, sem creche as crianças não desenvolvem sociabilização. Embora o meu coração me dissesse que era um perfeito disparate (mal de mim e de todos os meus colegas de escola, que não soubemos o que era uma), a razão, talvez por falta de experiência,  acreditava por vezes neles...

Com o coração nas mãos, partimos ambos à descoberta do desconhecido.
E estou tão orgulhosa do meu pirilampo! Uma adaptação tão normal, como a de outra criança qualquer.

O espaço era fabuloso, e no primeiro dia quis ficar logo com a C, sem olhar para trás.
Tudo era novidade, havia que experimentar. 
No segundo dia ficou com a T. Gostou mais ainda...
A partir do terceiro, sempre que eu ia espreitar ele chorava e queria vir comigo, o meu treino acabava ali, mas isso não importava nada, primeiro o bem estar dele e a gestão das suas emoções.

Depois veio a fase em que teve que gerir o primeiro conflito, sempre que se falava em  ir ao ginásio ele apresentava um não redondo - Ok, no worries, o tempo cura tudo, haveria de chegar o momento em que teria vontade de voltar. 
Duas semanas depois, esse dia tinha chegado. 
Criou uma ligação especial com a T e sempre que lhe digo "filhinho agora vamos preparar-nos para ir ao ginásio, está bem?" Ele vem quase sempre para a porta todo contente e pergunta "mamã está lá a T?"E com esta lenga-lenga levo eu todo o caminho, até que por fim a vê e se encolhe cheio de vergonha. 
Fica bem na mesma com a C, mas os olhos brilham quando vê a T. Um dia quiz levar-lhe uma rosa, e cora sempre que ela se aproxima... 
Em alguma ocasião devemos ter feito um comentário sobre ele estar apaixonado pela T e ontem a C metendo-se com ele perguntou-lhe se gostava muito da T, ao que ele responde muito seguro de si mesmo: "Não, não, o Vador num gozta da T, o Vador está apaixonado!"
hahahahaha
Era oficial, a sua primeira paixão estava declarada.

Eu já faço o meu treino até ao final, e ele já percebeu que está em segurança... e a mamã sempre por perto.

Vivam os ginásios baby/kids friendly!!

Porque ir ao ginásio com esta vista, é mesmo outra coisa!



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Sofia
xxx


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