Gostava que cheirasse a Natal há mais tempo por estes lados, no entanto a tranquilidade típica dos anos anteriores está longe de existir.
Eu que gosto tanto de preparar a época natalícia com a calma que ela merece, e aproveitar para reflectir pelo caminho no ano a terminar, dou comigo a planear a todo o gás o ano que se aproxima cheio de novidades e desconhecidos que têm tanto de excitante como de misterioso...
Ansiedades e afazeres à parte, o nosso Natal já arrancou e a nossa árvore já se encontra vaidosamente erguida desde o inicio da semana; lembrando-nos todos os dias da magia da sua energia e marcando o ritmo da época.
A coisa mais deliciosa de todas foi apreciar o despertar do Salvador para a quadra natalícia e toda a sua entrega e envolvimento, que nos apanhou totalmente desprevenidos pois não tínhamos ainda discutido o tema: Pai Natal ou Menino Jesus?
Ambos crescemos com o mito do Menino Jesus, que deixava - aos meninos que se portavam bem durante o ano - um presente no sapato, junto à chaminé.
Lembro-me de ter lutado algumas noites contra o sono para o ver chegar, mas um sono profundo acabava sempre por tomar conta de mim e nunca o consegui apanhar.
Colocava estratégicamente o meu sapato junto a lareira para que visse primeiro o meu, e só depois o do meu irmão.
Sonhava todas as noites com todas as possibilidades de presente que ele me poderia trazer (na altura o Menino Jesus trazia o que ele podia trazer e não o que nós gostássemos que ele trouxesse...) e muitas vezes para desgosto nosso, recebíamos umas meias ou uma peça de roupa nova...
Já bem próxima dos meus 8 anos, a imagem do Pai Natal invadiu o meu imaginário.
Talvez hoje uma criança dessa idade já nem acredite no Pai Natal, mas há 25 anos atrás, numa região isolada deste nosso Portugal, eu ainda sonhei muito com ele, e provavelmente ainda teria continuado a sonhar não fosse a minha querida prima C quebrar o encantamento naquela fria e épica noite em que brincávamos junto ao pelourinho, e eu interrompia constantemente o jogo para olhar para o céu e ver o Pai Natal que poderia passar a qualquer instante.
Não há dúvidas de que o Natal é das, e para as crianças, são elas que lhe dão o maior significado e magia - pela sua inocência, pelos seus sonhos, pela sua criatividade - que nos contagiam até ao mais profundo do nosso ser.
Acima de tudo queremos deixar intacta a capacidade de sonhar do Salvador, e por esse motivo decidimos guardar o mito do Menino Jesus nas nossas memórias mais doces e bendizer aquele misterioso senhor de barbas brancas, que mora no Polo Norte, viaja num trenó puxado por dezenas de renas e carrega num gigante saco vermelho os brinquedos para as crianças do mundo inteiro.
Afinal de contas, que sentido teria falar-lhe de um Menino Jesus que ele nunca conseguiria visualizar dada a pressão social sobre o seu homologo? E afinal não será o Pai Natal a melhor das mentiras piedosas, dado que quem dá as prendas é mesmo o "Pai" no dia de Natal?
Neste sentido, já demos inicio ao mito que ele vai construir: a carta já foi escrita e colocada no correio, neste momento ainda está em trânsito e por isso o Pai Natal ainda aceitou uma troca de última hora, dado o pedido especial que o papa fez telefonicamente numa chamada para o Polo Norte, de impulsos elevadíssimos e portanto irrepetível...
O Pai Natal chegará na noite de 24 de Dezembro à casa da avó T e do avô L e vamos todos certamente delirar com ele.
WOW!! - Just let's the Christmas season begin!
🎄❤️🎅🏻
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