segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Propósitos não se discutem

Mobilar uma casa que vai ser nossa temporariamente não é tarefa fácil, especialmente se quisermos continuar a dar-lhe aquele ar de: "lar doce lar".

Por norma ninguém vem para o Qatar de malas e bagagens. A maior parte das pessoas fica por um período de tempo pré-estabelecido, no final do qual deve abandonar o país, em 30 dias. Em consequência, existem um sem fim de open houses e expat leaving sales a acontecer na cidade, todos os dias, e dos quais eu fui muito assídua durante os primeiros meses. 
É uma excelente oportunidade de adquirir objectos e mobiliário em muito bom estado, a um custo muito baixo. 

Uma das peças que adquiri, foi esta estante, desenhada para um fim, totalmente, distinto, (normalmente vende-se para casa de banho...), e que eu aproveitei para colocar em destaque na minha cozinha...

A estante Molger, é bastante estreita, (condição essencial para caber neste cantinho), mas tem a arrumação necessária para expôr todos os meus, adorados, frascos e fresquinhos. 
Adicionalmente foi ainda muito fácil aplicar ganchos para pendurar panos, avental, coador, etc.

Adoro a quente sensação de conforto que a minha cozinha ganhou após este "re-propósito". 


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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Melancolia :: Melancholy

Quase dois meses se passaram desde a última vez que escrevi, de forma mais ou menos consistente, neste meu cantinho virtual - facto que dificulta, um bocadinho, o fluir da minha escrita, devo confessar. 

Tenho muitos posts preparados, em rascunho, mas como falho na sua publicação, quando volto a eles, parecem-me já fora de contexto. Outras vezes, as coisas que tenho para transmitir são tão intensas e/ou pessoais que me perco a tentar redigi-las, acabo por apagar tudo e ficar com elas só para mim.

Muita coisa, impossível de transcrever num simples texto, aconteceu, nos últimos meses. Em resumo: Fizemos novas amizades. Reconstruímos o nosso lar. Participamos em incontáveis playdates e playgroups com o S.  Concluímos a burocracia da obtenção da residência e carta de condução. Recebemos visitas. Fomos visitas. Conhecemos países novos. Sobrevivemos ao verão qatari. Festejamos o nosso título de campeões europeus, de uma forma muito especial. Fomos turistas no nosso próprio país. Preparamos o regresso às aulas, e estamos a lidar com ele, à nossa maneira. 

O tempo, de Junho para cá, passou muito rápido, o que não é mau sinal, certo? Parece mentira que estejamos, já, na minha segunda estação do ano favorita: o Outono. Para mim, há um romantismo qualquer nele, transcrevo-o em imagem, por falta de adjectivos que o façam por mim.

Neste meu post, trago um pouco de melancolia, porque biologicamente o meu corpo necessita de respirar Outono. De se arrepiar com o vento. De puxar pelas mantas. De sentir o fresco das primeiras chuvas. De sentir o quentinho da casa e o cheirinho, doce, vindo do forno. 

No Outono, reinicia-se o ciclo da natureza, silenciam-se os zuns zuns dos transeuntes, há um  abrandamento de ritmo natural, que propicia o recentramento, essencial à nossa evolução saudável.

Tudo isto uma miragem, literalmente, uma miragem... 

Sim, aproveitarei, gratamente, o que este lugar terá para me oferecer, nesta época do ano, mas o saudosismo presente no ADN de cada português, afinal também me habita, e aparentemente despoleta a cada Outono.
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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Linguagem Gestual para Bebés. Já conheciam? :: Baby Sign Language. Do you know about it?

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Numa bela manhã, num dos playgroups que costumava frequentar com o meu filho, decorria uma banal conversa entre mães, sobre linguagem gestual para bebés. 
Três, conheciam e tinham praticado, as restantes conheciam, mas não tinham praticado, e eu, depois de ouvir em primeira-mão sobre as experiências, extremamente positivas, das minhas condiscípulas, desejava já ter ouvido falar sobre ela, antes...

Para me sentir melhor comigo mesma, coloquei a culpa no facto de, provavelmente "a moda" ainda não ter chegado ao meu país, na altura em que a deveria ter posto em prática, e prometi a mim mesma, escrever um post sobre o assunto, para ajudar a espalhar a palavra.

Linguagem gestual para bebés consiste, basicamente, em comunicar com os nossos bebés, muito antes de eles conseguirem expressar-se verbalmente (a partir dos 6 meses, sensivelmente), ajudando enormemente, segundo as presentes mães, na redução dos seus choros e desconfortos.
Sabendo-se compreendidos e capazes de se expressar, os bebés impulsionam a sua auto-confiança, aumentam a sua capacidade cognitiva e estreitam laços com os pais. 

Quem conhecia? Quem já experimentou? Quem tem vontade de experimentar?

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In one of these mornings, in one of the playgroups I used to attend with my son, a banal conversation, about baby sign language was happening between moms.
Three of them knew all about it, and had practiced it, the others, heard about it before, but hadn't practiced it. And I, after listening to their extremely positive experiences, wished, to have heard about it before...

To feel a bit better with myself, I blamed the fact that probably the practice hadn't "arrive" to my country, at the time I should have put it into practice. And promised to myself I would write a post about the subject, to help spread the word.

Baby sign language, basically means communicating with our babies before they're able to express themselves verbally (from 6 months onwards), helping greatly, according to the present moms, reducing their cries and discomforts.
Being able to express themselves, in a way they can, babies, boost their self-confidence, increase their cognitive ability and create a special bond with their parents.

Who knew about it? Who's experienced it? Who's willing to try it?

Font 

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terça-feira, 28 de junho de 2016

Escadas super versáteis :: The super versatile stairs

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O que eu adoro estas escadas de dois degraus!!!
São super versáteis! Num minuto servem de auxílio para chegar aos sítios mais altos. No minuto seguinte, facilmente embelezam um cantinho qualquer, (como aqui e aqui). 
Num outro momento, também podem servir de banco extra, quando há mais pessoas em casa do que cadeiras disponíveis. E num outro momento, podem ainda assumir o papel de mesa para o pequeno da casa lanchar...

E fazerem lembrar-me das nossas velhas cadeiras da escola primária...

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Oh I love these two step stairs so much!!!
They are so versatile! One minute they help us reach to the highest places. The next minute, they easily embellish a little corner, (such as in here and in here).
In another moment, they can also serve as an extra seat, when there are more people in the house, than chairs available. 
And some other time, they might also become a snack table for the little one in the house... 

And remind me of our old primary school chairs...




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quarta-feira, 22 de junho de 2016

O meu primeiro jejum :: My first fasting

Viver deste lado do mundo, nesta altura do ano, é muito especial. Junho, foi mês de Ramadan Kareem (Ramadão Generoso). - A época do ano mais importante para os muçulmanos, e da qual eu sabia relativamente pouco.

Muito sucintamente, os muçulmanos fazem jejum do nascer ao pôr do sol, rezam com mais intensidade, abstêm-se de todos os prazeres carnais e são mais generosos para com o seu próximo. Há uma relação muito pessoal e intima com o divino. A sua entrega e motivação pessoal é impressionante.

O jejum é quebrado, em comunidade, com o Iftar. Manda a tradição que seja com 3 tâmaras e um copo de água. É um momento de grande alegria e satisfação, seguindo-se depois, os enormes banquetes de iguarias várias, noite adentro, culminando com o Suhoor, a última refeição, antes do nascer do sol.

Para os não-muçulmanos, aquilo que por aqui se vive nesta época do ano, é essencialmente... estranho. E pode ser até, frustrante, algumas vezes. 

Porém, estando nós, a viver neste mundo tão diferente do nosso, porque não deixar de lado as frustrações de um ocidental, e abraçar a riqueza da cultura local para perceber melhor, como é ser muçulmano, por um dia? 
O desafio que o Hyatt Plaza lançou à população não-muçulmana, no jornal de quarta-feira, atingiu-me como uma flecha. 
Sim. Porque não? 

O evento Fast-a-thon, vai, já na 7ª edição. E por cada inscrição, o Hyatt Plaza, doa 200QR, a um programa educativo para crianças órfãs da Somália.

A minha curiosidade já era significativa, mas quando descobri que ao fazê-lo poderia estar a contribuir para a melhoria de vida de alguém, não necessitei de mais nenhum factor motivacional. Tratei logo de me inscrever a mim, ao marido e à tia, (que está de visita). 

Fiz a minha última refeição, sexta-feira à noite, e só voltei a comer e a beber no Iftar que o Hyatt Plaza preparou, sábado à noite. Foram no total, 21h sem me alimentar e hidratar, (o normal são 16h/17h, mas não nos apeteceu levantar antes do nascer do sol, para o nosso Suhoor).

Os efeitos físicos? Senti-me mais cansada e irritada do que o normal, deitei-me com uma enorme dor de cabeça (mas não sei muito bem, se devido ao jejum ou se ao resultado do jogo Portugal vs Áustria...).
Senti muita falta do meu café da manhã, e só aguentei a sede, porque não saí de casa, para evitar expor-me ao sol/calor. 

Mas em contrapartida, senti um enorme orgulho quando o relógio bateu as 18:30h, naquela tarde. A minha missão estava cumprida. Forcei os meus limites, por uma boa causa. E no final, não tinha sido assim tão difícil, quanto pode parecer. Controlo. É tudo uma questão de controlo. 
Depois quebrar o jejum em comunidade, tem outro significado. Toda a gente tinha um sorriso nos lábios enquanto mastigava as três tâmaras. Conseguimos! Conseguimos! - Pensávamos todos em uníssono.  

Fazer jejum é difícil, requer muito boa vontade. Mas sem dúvida purifica-nos a um certo nível. Pessoas sortudas como nós, sabem que no final do jejum terão abundância de comida e água. É apenas uma questão de horas. Há zonas no mundo, onde essa, não é uma opção. Existe uma enorme gratidão implícita em todo este processo. 
Foi muito bom ter participado neste evento, foi muito bom comungar com os meus Irmãos muçulmanos, e vivênciar aquilo que eles sentem, não existe outra forma de saber, se não se experimentar.
Para o ano, lá estará o meu nome novamente na lista, e talvez cumpra todo o mês do Ramadão.
Sim. Porque não? 

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Living on this side of the world, at this time of year, is very special. June was Ramadan Kareem (Generous Ramadan), this year - The most important time of the year for Muslims, and about which I knew very little.

Very briefly, Muslims fast from sunrise to sunset, pray more intensely, abstain from all carnal pleasures and are more generous to others around them. There is a very intimate and personal relationship between them and the divine. Their personal motivation is impressive to witness.

The fast is broken, in community, with the Iftar. Tradition dictates that it might start with 3 dates and a glass of water. It's a moment of great joy and satisfaction, followed by a huge banquet, with various delicacies, through the night, culminating with the Suhoor, the last meal, before sunrise.

For non-Muslims, what happens here, at this time of the year, is a bit... awkward. And it can even be, frustrating, sometimes.

So when we live in a world so different from ours, why not put aside our Western frustrations, and embrace the richness of the local culture, to get a better inside on how's to be a Muslim, for a day?
The challenge that Hyatt Plaza, launched to the non-Muslim community, on last Wednesday's newspaper, hit me like an arrow.
Yes. Why not?

The charity event, is on its 7th edition. And for each registration, Hyatt Plaza, donated 200QR to encourage orphan children education in Somalia.

My curiosity was significant, but when I discovered that, just by fasting, I could be contributing to the improvement of someone else's life, I did't need any other motivational factor to put my name down, as well as my husband's and aunt, (who is visiting).

I had my last meal, on Friday night, and start eating and drinking again, on Saturday's Iftar, organized by Hyatt Plaza. In total I was fasting for 21h (normal is 16h/17h, but we were too lazy to get up for a snack, before sunrise).

The physical effects? I felt more tired and irritable than usual, I went to bed with a massive headache (but I'm not sure if due to fasting or to the match result between Portugal and Austria...).
I really missed my morning coffee, and only bear thirst, because I haven't left home all day, to avoid sun/heat exposing.

On the other hand, I felt a great pride when the clock struck 18:30h, that afternoon. My mission was accomplished.  I pushed my limits for a good cause. And at the end, it was not so difficult as it might seem. Control. It's all about control.
Then, breaking the fastin community, has a completely different meaning. We all had a smile on our faces, as we savored our three dates. We did it! We did it! - We all thought in unison.

Fasting is fairly difficult. It requires a deep will power. But it surely purifies us in a certain level. Lucky people, like us, know that at the end of the fasting day, there will be plenty of food and water. It's just a matter of hours. 
However, there are areas in the world, where this is not an option. There is a huge gratitude implicit in the whole process.
I'm very pleased with my participation in this event. It was very good to connect with my Muslim brothers and sisters, and experience what they feel, also because there isn't really other way to know, if we don't try it. 
Now, next year I'm planing to put my name down the list, once again, very proudly. And perhaps fast the whole month of Ramadan. 
Yes. Why not?




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sábado, 18 de junho de 2016

O nosso cantinho de leitura :: Our reading corner

Já podem ler o meu artigo deste mês, para a KIDE Magazine, aqui.
Fiquem a conhecer o nosso cantinho de leitura, e como é fácil, fazerem um também.

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You can now read my article, here, for this month's KIDE Magazine.
 I show you our reading corner, and how easy it is to make one for yourselves. 



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